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Assusto-me. Penso que toda gente encontra algo no seu caminho que o mantém firme, forte e com vida. Depois ocorre-me que há séculos atrás, as mulheres limitavam-se a viver para os filhos e marido, a trabalhar e a cuidar da casa. Eram a sua alegria, os filhos. Tenho medo que a minha vida, daqui a vários anos, se limite a isso. Uma vida cheia, mas incompleta. Pelo menos para mim. Preciso de mais. E não encontro. Tenho medo de ser mais uma dessas mulheres, no futuro. Trabalhar sem vontade, e a contar as horas para ver os meus filhos. Mas eu não quero filhos, acho. Não sinto essa necessidade, não sonho com isso, com um casamento sequer, como muitas meninas. Quero viajar, escrever, fotografar, pintar, desenhar... Mas sinto que não sei fazer nada disso. Não vejo nada, no fim. Não vejo perfeição, antes pelo contrário. Procuro, procuro... mas não encontro, não me encontro. Sinto como se estivesse numa estrada de sentido único, sempre a correr, sempre cansada, e que, sempre que paro, vou-me abaixo, perco as forças. Se volto para trás, perco-me completamente. De repente, acordo e olho à minha volta. Não posso nem quero desperdiçar nada. Então esqueço tudo e dou tudo de mim às pessoas que me rodeiam. Sinto-me feliz pelos outros, mas, de repente, voltam as ilusões, as utopias, os pensamentos. E fico cansada e assustada. Estarei eu no caminho certo? Mas só vejo um, continuar a procurar...*
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